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A EXPOSIÇÃO

 

Bispo (Japaratuba, 1909 e Jacarepagua, 1988) não conheceu a obra de Leonilson (Fortaleza, 1957 e São Paulo, 1993) Leonilson conheceu a obra de Bispo. Bispo viveu uma vida reclusa na Colônia Juliano Moreira, um manicômio no Rio de Janeiro. Leonilson fez muitas viagens mundo afora a partir de São Paulo. A viagem de Bispo pelo mundo foi dentro de sua própria cela, no manicômio. A de Leonilson foi o desejo de abraçar o mundo. Ambos queriam organizar o caos que encontraram em sua passagem pela Terra.

O que une esses dois artistas é esse mesmo desejo de estar no mundo. O desejo de fazer, desfazer, refazer, como o gesto sem fim de Penélope, a esposa de Ulisses que passou a vida esperando pela volta do marido da Guerra de Troia."*

 

Assim o curador Ricardo Resende nos apresenta a exposição, seu olhar particular que percebe os pontos onde as obras dos dois artistas se tangenciam. Além das questão estética visivelmente similar entre os trabalhos de ambos os artistas, que exploram o bordado e a produção com tecidos e botões, há outras relações possíveis, como por exemplo o fato dos dois representarem grupos marginalizados, os dois colecionarem objetos, entre outras. Mas há também as particularidades em suas histórias de vida, um com uma história de confinamento, o outro com uma vida repleta de experiências pelo mundo. Essas e tantas outras questões podiam ser vistas na exposição, que ficou em cartaz no SESC Sorocaba por aproximadamente 2 meses.

 

*Trecho do texto de Ricardo Resendo integrante do catálogo da exposição

 

 

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