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O TRABALHO DO MEDIADOR

O que faz o mediador cultural?
O papel do mediador como educador?
Os tipos de mediação: mediação jogo, contação de histórias, metodologia triangular.
A mediação autoral
O repertório do mediador revela diversas linguagens, formas de mediação
            O mediador cultural é um profissional em constante formação. A cada exposição, ele passa por um processo de imersão no universo de cada artista, cada obra, cada poética. É um ser em constante formação, dinâmico, criativo e que trabalha com diversos contextos socioculturais. Dentro do espaço expositivo, é aquele que tem como papel fazer o intermédio entre público e obra, fornecendo ferramentas para uma melhor compreensão da experiência com as obras. É também quem acompanha grupos; cria e realiza vivências educativas, assim como atividades lúdicas e pedagógicas a partir da poética da exposição em questão e proposta do educativo. O mediador enquanto educador é um provocador, que organiza ambientes para a construção de diversos pensamentos e possibilidades que, embora tenha embasamento sobre o que está trabalhando, não é o detentor da razão.
            A partir da leitura de texto da arte/educadora Ana Mae Barbosa (2009), entendemos que a mediação cultural procura trazer a exposição e seu contexto para o contemporâneo, traz para o tempo do receptor aquilo que não está mais lá, ou ainda não está. Isso permite um discurso atemporal por meio da arte, possibilitando diálogos mais abrangentes e que valorizam as vivências tanto do receptor, quanto do emissor, tornando a mediação cada vez mais autoral, exclusiva e particular. Uma experiência de mediação nunca é igual à outra, assim como a experiência do público, que também é única.
            Dentre as principais propostas para ensino da arte no Brasil, destacamos a abordagem triangular, a qual valoriza o diálogo entre obra, mediador e público, de forma horizontal, criando um ambiente propício para a troca. Partindo da reflexão sobre essa abordagem em conjunto com as reflexões sobre nossa própria prática, identificamos diversas formas de mediação, como a mediação por meio do jogo, por meio de contação de histórias, por meio de explicação e observação e por meio da provocação, buscando nos elementos da obra e da biografia do artista subsídios para a leitura (ou fruição). Não se deve esquecer que o mediador é um educador, que está em constante exercício de rever sua prática, respeitando valores e contextos individuais. O mediador-educador é um organizador, estimulador, questionador, aglutinador e provocador de olhares, a fim de despertar o senso crítico e promover a reflexão.
           Paulo Freire, grande educador brasileiro, diz que "ninguém aprende sozinho e ninguém ensina nada a ninguém: aprendemos uns com os outros mediatizados pelo mundo". Dentro das mediações culturais aprende-se uns com os outros por meio da arte e das proposições dialógicas. O mediador cria um ambiente favorável para a compreensão trazendo elementos contextuais, provocando o olhar do público para determinados aspectos da obra, atentando para detalhes como formas, cores e sensações, com o objetivo de que o público interprete a obra à sua própria maneira, considerando seu repertório: particularidades, cultura, marcas, vivências, emoções e sua própria vida.
 
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