EXERCÍCIOS DE PRESENÇA
ações de mediação
A escuta como desenho do espaço
A educadora dispõe, no chão, pequenos tapetes que indicam um território. Na frente de cada um, uma pequena placa com a seguinte instrução: “Sente-se. Abra o caderno.”
Dentro do caderno, na primeira página, há um texto poético convidando o leitor a fechar os olhos, atentar-se a todos os sons à sua volta e, então, representar ali tudo o que percebeu, seja com desenhos ou com palavras.
A educadora realiza, ela mesma, as ações propostas no caderno e registra suas observações, que serão partilhadas com o restante dos educadores. Sua ação acontece como público também.
Conversas entre educadores
Tendo como ponto de partida as ações propostas no projeto, convidamos educadores e interessados para pensar e discutir as bordas da mediação, seus limites e possibilidades. Pudemos viver, refletir e discutir experiências de convivência como mediação e os conflitos e negociações que podem surgir neste contexto.
Encontro Fabuloso
Situações no espaço de convivência com a escultura O Fabuloso. Este se assemelha a uma pessoa com rosto de leopardo, em sua boca está escrito poder, tem a dimensão de uma pessoa de 1,70 m. A ação provoca diálogos de estranhamento e acolhimento entre as pessoas do espaço por conta da inclusão da escultura.
Leituras de textos de processo auto-confessional (Clarice Lispector, Virginia Woolf, Frida Khalo) para as pessoas presentes no espaço da convivência.
Exercícios de mediação autônoma
Os educadores escolhem algumas ações que são "oferecidas" para que o público pratique o exercício da presença e reflita sobre o conceito de convivência autonomamente, com instruções dentro dos jornais, em cima das mesas ou em locais estratégicos da área de convivência. Os mediadores observam a interação e podem alterar ou inserir novas instruções à medida que percebe a reação do público no espaço.
Decorrente da postura observadora, os educadores também entregam bilhetes reflexivos ou provocativos ao público, que pode interagir e repassar os bilhetes.
Exercícios de presença: respiração
Usar tecidos e outros materiais para pensar em espaços, movimentos e experiências com foco na respiração. Perceber a densidade, peso do corpo e dos materiais. Relacionar a experiência com as ações propostas em Campos de Preposições.
Jogo Campos de Preposições
Cartas que contenham as frases com preposições do painel e cartas com diferentes preposições. A ideia é experimentar este material com o público criando dinâmica de jogos (jogos de palavras, corporais, etc). O público pode construir conjuntamente as novas regras e usos. Assim podemos sempre jogar uma possibilidade já criada e pensar em novas possibilidades.
Memórias fantasiadas de presente
Com duas máquinas de escrever, as educadoras recolhem alguma memória dos frequentadores do Sesc e as transformam num texto de ficção ou poesia curtos. Eventualmente os textos podem ser lidos na plenária a seguir.
Memórias sobrepostas
Reunir em uma mesa diferentes pessoas do público, convidando-as uma a uma. Dispor um mapa do bairro e arredores e/ou a planta baixa do Sesc com uma folha transparente por cima. Conversar e registrar coletivamente a partir de desenho e escrita as histórias e memórias que surgem deste encontro.
Pensamentos que caminham
As educadoras usam capas amarelas e registram nelas falas do público escolhidas por elas, que se relacionem à convivência, em seus vários aspectos (harmonia/desarmonia/negociação/conflito/ generosidade/etc).
Conversas sobre o assunto, que surgirem no contexto da exposição também podem ser eleitas junto com o público para serem registradas como uma síntese.
O ato de caminhar com o pensamento de várias pessoas que conviveram com o espaço e com as educadoras é uma ação em si mesma, também.
Pequenas intervenções: bexigas com preposições
Colocar as preposições nas bexigas. Pedir ao público que forme um frase pensando nos substantivos. Formar frases: Ex Ipiranga contra eleição
Visita com curumim: exercícios de democracia
Na visita para as crianças do Curumim do Sesc foi proposto um exercício de votação onde o próprio grupo escolheu qual o tema que seria debatido no período de convívio com as educadoras. A partir do tema escolhido, subgrupos debateram o assunto e sugeriram uma pauta de solução para os problemas levantados. As crianças ocuparam a plenária para apresentar suas propostas e ao final todos votaram qual ação seria a prioridade para ser concretizada.
Votação #ficaaparelhagem
Para investigar o alcance da proposta da Aparelhagem que está na área de convivência, propusemos uma votação com o público geral sobre a permanência ou não da plenária após o término da exposição. Com a votação procuramos também perceber como o público se apropriou do mobiliário.
Jornal DEUZEBRA
Impressão de jornal elaborado pelo Zebra5 com fragmentos de relatos coletados junto ao público e ações e reflexões realizadas na exposição Campos de Preposições. Este jornal será disponibilizado junto com os jornais e revistas usados diariamente pelo público no espaço de convivência.
Companhia Meraki
Participação da Companhia teatral que apresenta cenas-depoimentos extraídas de sua última montagem “Uma Louça Quebrada e Nenhuma Roupa Lavada’” com vozes de Mulheres Reais que muitas vezes foram silenciadas.
Participação da Companhia teatral que apresenta cenas-depoimentos extraídas de sua última montagem “Uma Louça Quebrada e Nenhuma Roupa Lavada’” com vozes de Mulheres Reais que muitas vezes foram silenciadas.
Cantoria
Cantoria de algumas músicas ensaiadas durante a convivência com grupo de idosos que frequentam a plenária.
Performance: Mascarados
Performance realizada usando uma máscara balaclavas concomitante com a leitura do texto: Black blocs, os corpos e as coisas, de Eliane Brum
Mais duas pessoas poderão estar mascaradas no momento da leitura.
Link para o texto:
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/12/opinion/1473693538_681813.html
Performance realizada na Verbo feita por Fábio Morais chamada "the imbecil”.
A performance consiste em ficar lendo um jornal em branco que contém apenas o título "the imbecil". O educador Tiago fará a performance com autorização do artista. Um segundo educador acompanha e registra a realização da performance com olhar atento para as respostas do público e as formas de mediação a partir dela.
Performance: The Imbecil
Sobre memória, narrativas, poder e vizinhanças.
Conversa movida por peças do acervo educativo do Museu Paulista - conhecido como Museu do Ipiranga -, e objetos levados pelo público do Sesc Ipiranga, em diálogo com a exposição Campos de preposições e o workshop Trabalhos Involuntários, de Elizabeth Wright.
Objetos ENTRE conversas: encontro
Anúncios imateriais
Um anúncio de época da venda/aluguel de um casarão-palacete é o disparador para uma conversa entre educador e público a respeito da história do bairro, dos casarões ao redor do Sesc e da própria unidade. Por fim, o público é convidado a elaborar um anúncio a partir de algo que deseja, ou ainda uma memória ou presente para o bairro. No fim do dia, esses anúncios são lidos na plenária como uma espécie de leilão.
Narrativas relativas
Vagar pelos espaços, observar comportamentos, interagir com os comportamentos, conversar sobre o projeto do Grupo Inteiro. Apresentar a imagem da pintura "Grito do Ipiranga" de Pedro Américo, criando uma nova narrativa para ela, justificando esta narrativa com informações contidas na imagem. Oferecer a possibilidade desta contação ser registrada (vídeo, escrita entre outras). Comentar sobre o trabalho de Bruno Moreschi. Comentar sobre os três eixos que norteiam a exposição: história, política e vizinhança (se for o caso).
Pequenas intervenções: jornal
Colocar "instruções" como por exemplo, partituras de movimentos de respiração no meio de jornais e revistas e observar reações.
Relatos públicos
Passar um primeiro momento apenas observando e registrando o espaço e as pessoas.
A partir desta observação, percebe a melhor forma de aproximar com os diferentes públicos. Após uma conversa inicial, usar algumas perguntas disparadoras para coletar depoimentos em áudio. Explicitar que fragmentos destes depoimentos serão colocadas em uso durante as ações que envolvem a Aparelhagem.
Perguntas disparadoras: Quantas são as formas de conviver? Quantas são as formas de pensar, estar, usar, falar, ouvir? Quem são as pessoas que convivem neste espaço? Quais objetos, lugares e acontecimentos da sua vida poderiam estar aqui? Qual sua versão da história?
Estas respostas serão gravadas em áudio e posteriormente transcritas pelo educador e podem ser usadas de forma pública em futuras ações, seja de forma escrita ou falada.
Discursos diversos
Dois mediadores interagem com o público em conversa direta e através de pequenos textos de diferentes autores, com temas ligados à convivência e à política. Estes trechos podem ser entregues para uma pessoa num envelope (correio elegante literário), podem ser lidos para uma pessoa ou grupo. A partir destes fragmentos de discursos lidos ou de falas disparadas pela conversa, os mediadores constroem um novo discurso, unindo frases do público e recortes da literatura utilizada. Os resultados destas composições serão lidos na plenária.
O educador está!
Troque uma memória sua em relação ao bairro do Ipiranga ou ocorrida no Sesc Ipiranga e o educador lhe apresentará uma memória contida em alguma obra da exposição, ou alguma parte do Sesc Ipiranga ou do bairro (toda memória será registrada por aqui, para que a troca vá se tornando mais rica e a memória que o educador conte possa ser também do próprio público em ações anteriores).
Percursos da memória
Por meio de um áudio guia, o público pode percorrer o espaço - tempo existente antes do Sesc Ipiranga, do início do século XX, cujo protagonista é o proprietário da antiga casa, Ricardo Jaffet.
Seu corpo mandou
Versão da brincadeira infantil Seu Mestre Mandou explorando corporalmente o mobiliário da aparelhagem. Primeiramente o educador conduz o público e após esta etapa é o público quem conduz.
Memórias ou mudanças
O público do espaço de convivência do Sesc Ipiranga, onde também está instalada a exposição Campo de Preposições é convidada a escrever suas memórias e/ou desejos de mudanças sobre e para o bairro, para o Sesc, para si mesmo. As fichas são colocadas nas mesas e sofás do espaço e uma urna transparente é colocada no espaço para que os participantes possam depositar suas fichas preenchidas.